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Brasileiros deixam de resgatar R$ 7,18 bilhões em recursos esquecidos, informa Banco Central

Apenas 27,37% dos correntistas aproveitaram o Sistema de Valores a Receber para reaver quantias, revelam estatísticas atualizadas.

Dinheiro esquecido
Foto: Marcello Casal JR/AGB

O Banco Central (BC) revelou que os brasileiros ainda não retiraram cerca de R$ 7,18 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro até o final de junho. O Sistema de Valores a Receber (SVR) tem se empenhado em disponibilizar essas quantias esquecidas, das quais até agora R$ 4,43 bilhões foram devolvidos, de um total de R$ 11,61 bilhões providenciados pelas instituições financeiras.

As estatísticas relativas ao SVR, embora apresentadas com uma defasagem de dois meses, apresentam um panorama preocupante. Até o fechamento de junho, somente 27,37% dos correntistas, totalizando 15.047.629 beneficiários, aproveitaram a oportunidade de resgatar os valores. Esse número representa uma parcela diminuta dos 54.975.627 correntistas listados desde o início do programa, em fevereiro do ano anterior.

Do total de beneficiários que já efetuaram os resgates, 14.475.821 são pessoas físicas, enquanto 571.808 são pessoas jurídicas. Em contrapartida, um considerável contingente de 37.113.119 pessoas físicas e 2.814.879 pessoas jurídicas ainda não realizaram o resgate de suas quantias esquecidas.

A maioria dos recursos não resgatados diz respeito a quantias menores. Valores de até R$ 10 concentram 63,07% dos beneficiários, seguidos por valores entre R$ 10,01 e R$ 100, representando 24,99% dos correntistas. Quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil abrangem 10,18% dos clientes, enquanto apenas 1,77% têm direito a receber montantes superiores a R$ 1 mil.

Após quase um ano de inatividade, o SVR foi reaberto em março, trazendo consigo inovações significativas, como a capacidade de impressão de telas e protocolos para compartilhamento via WhatsApp. O sistema também passou a abranger todos os tipos de valores previstos na norma do SVR e introduziu uma sala de espera virtual, permitindo consultas no mesmo dia, sem a necessidade de um cronograma por ano de nascimento ou fundação da empresa.

Além disso, o SVR agora possibilita a consulta de valores de pessoas falecidas, com acesso concedido a herdeiros, testamenteiros, inventariantes ou representantes legais. Transparência foi adicionada ao sistema de contas conjuntas: ao requisitar o resgate de um valor esquecido, um dos titulares permite que o outro visualize as informações pertinentes, como valor, data e CPF do requerente.

O acréscimo de fontes de recursos anteriormente esquecidos também é notável. Contas de pagamento pré ou pós-pagas encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas, assim como outros recursos disponíveis nas instituições, foram incorporados ao sistema.

Nesse contexto, é essencial destacar a recomendação do Banco Central para que os correntistas permaneçam vigilantes quanto a golpes de estelionatários que afirmam intermediar resgates de valores esquecidos. O BC enfatiza que todos os serviços do Valores a Receber são totalmente gratuitos e que não envia links ou entra em contato para discutir valores a serem resgatados ou confirmar informações pessoais.

O Banco Central esclarece que apenas a instituição financeira identificada na consulta do Sistema de Valores a Receber está autorizada a contatar os cidadãos, alertando-os para que não compartilhem senhas e informando que nenhum indivíduo está autorizado a fazer tal solicitação. Com estas precauções e com as melhorias implementadas no SVR, espera-se que um maior número de brasileiros possa aproveitar os recursos esquecidos e garantir o seu direito ao resgate.

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