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Mauro Cid presta depoimento à PF sobre caso de invasão ao sistema eleitoral

Depoimento busca esclarecer teor de reunião entre ex-auxiliar de Bolsonaro e hacker Delgatti Neto, que mencionou suposto encontro com o ex-presidente


Mauro Cid
Foto: Pedro França/Agência Senado


O tenente-coronel Mauro Cid é novamente convocado a prestar depoimento à Polícia Federal (PF) nesta segunda-feira (28). Por volta das 10h, ele chegou à sede da PF, em Brasília, para responder a perguntas no âmbito do inquérito que investiga as atividades do hacker Walter Delgatti Neto, detido por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

No depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) em janeiro, Delgatti alegou um encontro com Bolsonaro no Palácio da Alvorada, em agosto de 2022, onde teriam discutido possíveis invasões às urnas eletrônicas. O caso também envolve a deputada federal Carla Zambelli.

A PF busca compreender, por meio de Mauro Cid, o conteúdo dessa reunião. Enquanto auxiliar de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel acompanhava o ex-presidente em suas atividades e agendas. Segundo Delgatti Neto, Mauro Cid teria participado da reunião intermediada por Carla Zambelli entre ele e Jair Bolsonaro.

O hacker permanece sob custódia preventiva por ter inserido falsamente um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nos sistemas do CNJ, supostamente sob orientação da parlamentar. A investigação suspeita que Cid teria presenciado o encontro e também facilitado encontros de Delgatti com representantes do Ministério da Defesa.

Na sexta-feira passada, a PF já havia interrogado o militar a respeito do caso. Embora o depoimento tenha se estendido por duas horas, nem todas as questões foram respondidas, citando a falta de acesso às informações sigilosas do processo como justificativa, segundo a defesa do tenente-coronel.

Os detalhes levantados pelos investigadores foram compartilhados com o advogado de Mauro Cid, Cezar Bitencourt. O hacker havia mencionado que sua ida ao Ministério da Defesa ocorreu em cinco ocasiões, com o objetivo de criar narrativas desfavoráveis ao sistema eleitoral e suspeitar da segurança das urnas.


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