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Donos de empresas de cobrança, bancos tem menor oferta de renegociação com descontos

 Serasa mostra que bancos e administradoras de cartão de crédito são responsáveis por apenas 15,19% da oferta de renegociação de debitos.

Foto: Divulgação

Donos ou sócios da empresas de cobrança, os grandes bancos brasileiros são as instituições que menos oferecem oportunidades de renegociação de dívidas conforme a edição de maio do Mapa de Inadimplência e Negociações da Serasa, que aponta um total de 71,44 milhões de CPF listadas como responsáveis por R$ 334,51 bilhões de contaas não pagas distribuidos em mais de 216 milhões de operações.

Entretanto, quando se observa as ofertas de renegociação disponiveis, os bancos e administradoras de cartão de crédito são responsáveis por apenas 15,19% superando apenas as empresas de varejo que cobram diretamente. Na prática, quem mais oferece desconto para uma pessoas limpar o nome no Serasa são as empresas de telefonia com 30,91% das ofertas. 

Por outro lado, o Mapa de Inadimplência e Negociações revela que os bancos e administradoras de cartão de crédito são as instituições que mais listam pessoas no Serasa com 31,61% dos inscritos. A seguir, vem as empresas de serviços (21,58%) e, em terceiro, o varejo com 11,27% das dívidas e o mesmo percentual de ofertas de negociação. Ou seja, o varejo oferece formas de o cliente voltar ao consumo no mesmo percentual de cleintes que deixaram de pagar suas contas com ele.

Mas esse não é o comportamento dos bancos e administradoras de cartão de crédito (31,61%) que oferecem metade (15,19%) das oportunidades de o devedor fazer um acordo com desconto. Outra atitude que chama atenção é o comportamento das empresas de contas básicas como água, luz, gás que são donas de 21,58% das dívidas. Esse segmento, por sua vez, oferece maiores oportunidades de acordo onde as telecom têm 30,91% das chances de acordo.

O comportamento de bancos é ainda menos amigável quando se observa que eles controlam as chamadas securitizadoras que são as empresas que têm como negécio comprar as dívidas do bancos e grandes empresas para tentar receber, ao menos, um parte dela.

As securitizadoras oferecem apenas 27,74% de oportunidades de uma negociação com descontos. Essas empresas são as grandes "carregadoras" de contratos não pagos de cartão de crédito e dos bancos que somam 31,61% das dívidas registradas no Serasa.

O estudo do Serasa mostra ainda que 39,62% das ofertas de negociação estão relacionadas a débitos de apenas R$ 50,00 (23,07%) e de até R$ 100,00 (16,55%). Esse quadro aponta para os débitos em empresas de telecon e prestadoras de serviços.

Em sentido contrário, existem apenas 13,90% de ofertas para quem deve até R$ 5.000,00 e só 2,88% para quem deve mais de R$ 5 mil, exatamente o contratos com bancos e cartões de crédito em função das multas e juros de até 500% ao ano que são cobrados de quem não paga suas faturas.

Embora isso não esteja explicitado nas campanhas de renegociação parece claro que as dívidas com bancos e cartão de crédito se tornaram bem lucrativas para as empresas de cobrança.

Esse mercado é chamado de NPL (Non-Performing Loan) que identifica o mercado formado pelas carteiras inadimplentes que cresceu mais de 28% em comparação ao primeiro trimestre de 2022 e acumulou R$ 18 bilhões de recebivéis disponibilizados para venda contra os R$ 14 bilhões de 2022.

O mercado de NPL funciona com a compra de dívidas não pagas por clientes que bancos e administradoras de cartão de crédito consideram (prejuizo) perdas totais nos seus balanços. Leiloadas, elas são vendidas, em média, por 5% do valor de face. O risco é de quem compra, mas pode ser bem lucrativo. 




jcnegocios

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