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Decisão judicial que afastou Eduardo Leite da presidência do PSDB expõe novo racha que pode resultar com saída de Raquel Lyra

Decisão Judicial coloca em destaque o conflito interno no partido e sua luta pela liderança.

Eduardo Leite e Raquel Lyra, governadores do RS e de PE
Reprodução/Twitter/@EduardoLeite_/Maurício Tonetto

A juíza Thais Araújo Correia, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, determinou que o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) realize uma nova eleição para escolha dos membros de sua executiva nacional em um prazo de até 30 dias. A decisão, anunciada recentemente, evidenciou a crise de identidade que assola o partido, dividido entre seu presidente, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e a ala dos tucanos paulistas.

Após 28 anos no comando do governo de São Paulo, o PSDB perdeu a eleição estadual no ano passado, mergulhando em uma espiral decadente no estado. Uma parte significativa dos prefeitos tucanos migrou para a base do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), enfraquecendo ainda mais o diretório estadual do partido. Diante desse cenário, Eduardo Leite tomou medidas para que seu grupo assumisse o controle do PSDB paulista, nomeando o prefeito de Santo André, Paulo Serra, para liderar a Federação, que inclui o PSDB e o Cidadania. Essa ação, no entanto, gerou controvérsias e levou o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, a acionar a Justiça.

"Consideramos a comissão provisória como sendo golpista e fraudulenta", declarou Morando.

O deputado estadual Carlos Pignatari, ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, expressou apoio à decisão judicial. "A determinação da Justiça de dissolver a atual direção nacional do PSDB e convocar novas eleições em 30 dias reforça o compromisso com a legalidade, transparência e democracia, princípios que devem sempre nortear a vida pública. Para que o PSDB recupere sua grandeza, ele precisa ser um exemplo primeiro em sua base, para então liderar as transformações que o Brasil precisa", afirmou o parlamentar.

Atualmente, o PSDB conta com 13 deputados federais, em contraste com os 54 parlamentares eleitos para a Câmara em 2014 e os 29 em 2018.

Em resposta à decisão, o PSDB divulgou uma nota, afirmando que o presidente da sigla, Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, permanecerá no cargo até a realização da nova convenção. O partido também declarou que aguardará a notificação oficial da decisão para considerar possíveis recursos.

Orlando Morando recorreu à Justiça questionando um ato da Executiva do PSDB em fevereiro de 2022, que prorrogou por um ano o mandato do então presidente do partido, Bruno Araújo. Além disso, a sigla estendeu os mandatos de todos os membros, incluindo os diretórios estaduais, até 31 de maio de 2023. Morando argumentou que essa segunda prorrogação desrespeitou o estatuto do partido, que permite apenas uma renovação.

A decisão da juíza torna nulos todos os atos posteriores a essa segunda renovação do mandato de Araújo, afetando assim a chegada de Eduardo Leite à presidência do partido.

Os tucanos de São Paulo também criticam o fato de Eduardo Leite adotar uma oposição "light" ao governo de Lula e ter pouco tempo para se dedicar ao partido.

Outro sinal do esvaziamento do PSDB é a provável mudança de partido da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra. Segundo fontes do PSD de Gilberto Kassab, o partido deve ser o destino de Lyra.

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