Celebrando a vida e as ideias do professor que revolucionou o ensino no Brasil e no mundo.
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Foto: Divulgação |
Paulo Freire teve uma infância marcada por desafios, mas foi sob o ensinamento de sua mãe, Edeltrudes Neves Freire, que aprendeu as primeiras letras, escrevendo palavras no chão de terra com gravetos no quintal de casa. A família Freire enfrentou dificuldades financeiras durante a crise de 1929 e, em 1931, mudou-se para Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, após o falecimento do pai de Paulo, Joaquim Temístocles Freire.
Apesar das adversidades, Freire conseguiu concluir seus estudos no Colégio Oswaldo Cruz, em Recife, como bolsista, e em 1942 iniciou sua jornada como professor de português na mesma instituição. Embora tenha se formado em direito em 1947, escolheu dedicar sua carreira à educação, concentrando-se em ajudar os trabalhadores analfabetos e marginalizados.
Em 1947, assumiu a direção do Setor de Educação do SESI em Recife, onde entrou em contato direto com o problema do analfabetismo entre os trabalhadores e percebeu a necessidade de um programa que ensinasse a ler e escrever com base em experiências significativas para os alunos.
Sua paixão pela educação o levou a obter um doutorado em Filosofia e História da Educação em 1959. Em março de 1963, liderou um programa de alfabetização de adultos bem-sucedido em Angicos, no Rio Grande do Norte. Infelizmente, com o golpe de 1964, o programa foi interrompido, e Freire foi preso por promover ideias consideradas "subversivas e marxistas", passando cerca de 70 dias na prisão.
Após sua libertação, Paulo Freire se exilou em vários países, incluindo Bolívia, Chile, Estados Unidos e Suíça, continuando a trabalhar em projetos de alfabetização. Ele retornou ao Brasil em 1980.
Seu livro mais famoso, "Pedagogia do Oprimido," escrito em 1968 enquanto estava exilado no Chile, é amplamente reconhecido e suas obras foram traduzidas para mais de 20 idiomas. Freire recebeu títulos honorários de doutor de 28 universidades em diferentes países.
O método de alfabetização de adultos desenvolvido por Paulo Freire, baseado na experiência de vida dos alunos e na linguagem do cotidiano, revolucionou o ensino ao criticar as cartilhas tradicionais por não se relacionarem com a realidade dos alunos, tornando o aprendizado forçado e desinteressante.
Para Freire, a educação não se limitava a ler e escrever, mas também a usar essas habilidades para compreender o mundo e promover o pensamento crítico. Ele acreditava que tanto alunos quanto professores estão em constante aprendizado.
Paulo Freire faleceu em 2 de maio de 1997, em São Paulo, mas seu legado na educação continua vivo e respeitado em todo o mundo. Suas ideias são fundamentais para aqueles que se dedicam à alfabetização de adultos e jovens, e sua influência continua a inspirar gerações de educadores a promoverem uma educação mais inclusiva e libertadora.
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