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Manifestantes se reúnem no Recife no Grito dos Excluídos e Excluídas

Protesto aborda temas como acesso à comida e água, privatizações e direitos dos trabalhadores.

Recife
Foto: divulgação

Na manhã desta quinta-feira, manifestantes se reuniram na capital pernambucana para participar do tradicional grito dos excluídos e excluídas, ato que ocorre em diversas cidades do Brasil desde 1995, no feriado da Independência. Neste ano, a 29ª edição do evento teve como tema central a pergunta: "Você tem fome e sede de quê?". Os participantes reivindicaram o acesso à comida e água no país, além de protestarem contra a privatização do metrô do Recife, da companhia pernambucana de saneamento (Compesa) e a implementação do piso nacional de enfermeiros e professores.

A concentração teve início às 9h no Parque 13 de Maio, em frente ao prédio da faculdade de direito, no bairro da Boa Vista, centro da cidade. Por volta das 10h30, os manifestantes iniciaram uma caminhada pelas ruas do Recife, unindo-se a um coro de vozes em defesa dos direitos sociais.

Sandra Gomes, integrante da organização do evento e do movimento dos trabalhadores cristãos, destacou a importância deste ano como um momento de esperança na retomada e fortalecimento da democracia. Ela ressaltou a necessidade de uma mudança após "quatro anos em um governo de desmonte das políticas públicas" e afirmou que agora têm "um governo mais próximo das nossas demandas".

Jaqueline Albuquerque, participante do grito desde a primeira edição e membro do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal, descreveu o evento como uma oportunidade para a sociedade civil expor suas necessidades de maneira pacífica, diversificada e em defesa das demandas da classe trabalhadora.

O ato contou com a participação de diversos grupos, incluindo a Central Única de Trabalhadores (CUT), a Marcha das Margaridas, sindicatos dos metroviários, professores e enfermeiros, a Pastoral do Povo de Rua, a União Jovem Socialista e outros movimentos sociais.

Adriana Kayamy, coordenadora da Articulação Indígena de Mulheres em Contexto Urbano, também se juntou à passeata, destacando a necessidade de justiça social para as mulheres em contexto urbano que se sentem excluídas. O evento também homenageou os 40 anos do falecimento da sindicalista Margarida Maria Alves, cuja luta por justiça continua inspirando os manifestantes.

Antônio Sebastião, diácono da Arquidiocese de Olinda e Recife, enfatizou o papel da igreja em apoiar as pessoas mais vulneráveis, defendendo sua dignidade e direitos, incluindo moradia, terra, emprego, saúde e educação.

A passeata incluiu apresentações de maracatu com crianças e adolescentes da Casa Herbert de Souza e percorreu as ruas do Centro do Recife até chegar à Basílica de Nossa Senhora do Carmo, onde o protesto se encerrou por volta das 11h40. O Grito dos Excluídos e Excluídas mais uma vez cumpriu seu papel de dar voz às demandas da sociedade e promover a reflexão sobre questões sociais e políticas importantes para o país.

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