Trabalhadores reivindicam negociações salariais e defendem eficiência da companhia de saneamento em meio a planos de privatização.
Foto: Divulgação |
Os manifestantes mostrarão seu descontentamento pela demora no início das negociações salariais, um processo que se arrasta desde abril e foi adiado para setembro. Os servidores têm agendado a entrega de uma carta aberta direcionada aos parlamentares e à sociedade, na qual reiteram suas preocupações e reivindicações.
As queixas dos mais de três mil funcionários da Compesa se baseiam na constante corrosão salarial devido à inflação e à aparente negligência do Governo do Estado em relação à Campanha Salarial da categoria.
Desde o início da pandemia, os trabalhadores abriram mão de férias e reajustes previamente conquistados, em um esforço para enfrentar a crise. Mesmo após um investimento significativo de mais de R$1 bilhão em melhorias de infraestrutura em 2022 e um crescimento notável de 15% em comparação a 2021, os funcionários afirmam que a gestão da Compesa continua a propagar a ideia de déficit na empresa.
No entanto, os números indicam que a fase de déficit ficou para trás, sendo superada com a colaboração dos trabalhadores, mesmo em meio aos desafios da pandemia. Agora, os funcionários sentem-se desapontados ao ver que a Campanha Salarial está sendo utilizada como plataforma para promover a ideia de privatização.
A pauta de reivindicações dos trabalhadores foi apresentada à empresa já em abril, mas somente em maio houve resposta da direção, indicando que a Governadora estabelecera agosto como o mês para iniciar as negociações. O Sindicato dos Urbanitários teve que esclarecer à nova diretoria da empresa o procedimento adequado para uma Campanha Salarial, ressaltando a existência de uma data-base (maio) e um Acordo Coletivo a ser seguido.
Na primeira rodada de negociações, a Compesa solicitou adiamento do processo e concordou em assinar um Termo para garantir a continuidade do Acordo Coletivo vigente. Ficou estabelecido que as negociações das cláusulas não financeiras seriam conduzidas a partir de julho, enquanto as questões econômicas seriam discutidas em agosto.
Para surpresa dos trabalhadores, no entanto, a Compesa reagendou a primeira reunião para tratar das cláusulas principais (Auxílio Educação, Férias, Reajuste e Tíquete) e posteriormente enviou um ofício adiando as negociações econômicas mais uma vez, agora para setembro. Esses adiamentos têm gerado especulações de que o governo do Estado está utilizando essa tática para ganhar tempo e avançar com os planos de privatização.
Dados efetivos indicam que a Compesa tem apresentado avanços significativos na universalização dos serviços. Em 2020, foi reconhecida como a melhor Companhia de Saneamento do Brasil, e em 2022, figurou entre as 30 melhores empresas do país.
Apesar disso, a empresa atende 94,93% do estado, ultrapassando a média nacional de 93,4% e a média do Nordeste, que é de 89,7%. Diante desses resultados, os trabalhadores questionam a justificativa para a privatização de uma empresa que opera de forma eficiente e garantindo o acesso à água e saneamento para a população.
0 Comentários