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Funcionários da compesa protestam contra possível privatização da estatal em Pernambuco

Trabalhadores reivindicam negociações salariais e defendem eficiência da companhia de saneamento em meio a planos de privatização.

Compesa
Foto: Divulgação

Nesta terça-feira (29),  os funcionários da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) vai fazer  uma passeata até à Assembleia Legislativa do Estado, em uma manifestação contra os rumores de privatização da estatal. A mobilização, liderada pelo Sindicato dos Urbanitários, vai movimentar mais de três mil trabalhadores.

Os manifestantes mostrarão seu descontentamento pela demora no início das negociações salariais, um processo que se arrasta desde abril e foi adiado para setembro. Os servidores têm agendado a entrega de uma carta aberta direcionada aos parlamentares e à sociedade, na qual reiteram suas preocupações e reivindicações.

As queixas dos mais de três mil funcionários da Compesa se baseiam na constante corrosão salarial devido à inflação e à aparente negligência do Governo do Estado em relação à Campanha Salarial da categoria.

Desde o início da pandemia, os trabalhadores abriram mão de férias e reajustes previamente conquistados, em um esforço para enfrentar a crise. Mesmo após um investimento significativo de mais de R$1 bilhão em melhorias de infraestrutura em 2022 e um crescimento notável de 15% em comparação a 2021, os funcionários afirmam que a gestão da Compesa continua a propagar a ideia de déficit na empresa.

No entanto, os números indicam que a fase de déficit ficou para trás, sendo superada com a colaboração dos trabalhadores, mesmo em meio aos desafios da pandemia. Agora, os funcionários sentem-se desapontados ao ver que a Campanha Salarial está sendo utilizada como plataforma para promover a ideia de privatização.

A pauta de reivindicações dos trabalhadores foi apresentada à empresa já em abril, mas somente em maio houve resposta da direção, indicando que a Governadora estabelecera agosto como o mês para iniciar as negociações. O Sindicato dos Urbanitários teve que esclarecer à nova diretoria da empresa o procedimento adequado para uma Campanha Salarial, ressaltando a existência de uma data-base (maio) e um Acordo Coletivo a ser seguido.

Na primeira rodada de negociações, a Compesa solicitou adiamento do processo e concordou em assinar um Termo para garantir a continuidade do Acordo Coletivo vigente. Ficou estabelecido que as negociações das cláusulas não financeiras seriam conduzidas a partir de julho, enquanto as questões econômicas seriam discutidas em agosto.

Para surpresa dos trabalhadores, no entanto, a Compesa reagendou a primeira reunião para tratar das cláusulas principais (Auxílio Educação, Férias, Reajuste e Tíquete) e posteriormente enviou um ofício adiando as negociações econômicas mais uma vez, agora para setembro. Esses adiamentos têm gerado especulações de que o governo do Estado está utilizando essa tática para ganhar tempo e avançar com os planos de privatização.

Dados efetivos indicam que a Compesa tem apresentado avanços significativos na universalização dos serviços. Em 2020, foi reconhecida como a melhor Companhia de Saneamento do Brasil, e em 2022, figurou entre as 30 melhores empresas do país.

Apesar disso, a empresa atende 94,93% do estado, ultrapassando a média nacional de 93,4% e a média do Nordeste, que é de 89,7%. Diante desses resultados, os trabalhadores questionam a justificativa para a privatização de uma empresa que opera de forma eficiente e garantindo o acesso à água e saneamento para a população.


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