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Três tiros na cabeça abalam cenário político do Equador às vésperas das eleições presidenciais

Assassinato de Jornalista Candidato Causa Tensão e Incertezas no Pleito; Cinco Candidatos se Destacam.

Equador
Foto: Rodrigo Buendia/AFP

A morte trágica do jornalista e candidato do Movimento Construye, Fernando Villavicencio, vítima de três tiros na cabeça, abalou profundamente o cenário político equatoriano. O atentado, ocorrido em 9 de agosto, provocou uma reviravolta nos preparativos das eleições presidenciais marcadas para este domingo, 20 de agosto, mergulhando o ambiente eleitoral em um clima de tensão, medo e incertezas.

Com 13,4 milhões de equatorianos aptos a votar em 4.390 seções eleitorais em todo o país, as eleições enfrentam desafios significativos devido à ameaça do crime organizado e do narcotráfico. Dos oito candidatos concorrendo a uma vaga no Palácio de Carondelet, cinco se destacam nas pesquisas, buscando avançar para um eventual segundo turno: Luisa González, afilhada política do ex-presidente socialista Rafael Correa; o jornalista Christian Zurita, que assumiu a chapa após o assassinato de Villavicencio; o empresário de direita Jan Topic; o líder indígena Yaku Pérez; e o ex-vice-presidente Otto Sonnenholzner.

A possibilidade de uma vitória em primeiro turno é considerada improvável, uma vez que nenhuma candidatura parece capaz de atingir os 40% dos votos válidos com uma vantagem de 10 pontos sobre o segundo colocado. As pesquisas mais recentes mostram Luisa González na liderança, embora em queda, seguida de perto por Christian Zurita, Jan Topic, Yaku Pérez e Otto Sonnenholzner.

Além da presidência, os eleitores também selecionarão os 137 membros da Assembleia Nacional, que completarão o atual mandato de quatro anos até maio de 2025. A antecipação das eleições ocorreu após o presidente de direita Guillermo Lasso dissolver o parlamento em maio, evitando um julgamento por corrupção por meio de uma manobra conhecida como "morte cruzada".

O assassinato de Villavicencio alterou significativamente a dinâmica da campanha, levando os candidatos a adotarem medidas de segurança mais rígidas. O estado de exceção foi decretado por Lasso, mobilizando o Exército e a Polícia Nacional para garantir a realização do pleito, considerando o clima de instabilidade.

Arturo Moscoso, diretor da Faculdade de Relações Internacionais da Universidad Internacional de Ecuador (UIE), ressalta que o cenário eleitoral foi impactado pela morte de Villavicencio, com González e Zurita emergindo como possíveis candidatos a avançar ao segundo turno. Moscoso alerta para uma possível abstenção devido ao medo instaurado pelo assassinato político.

Os desdobramentos das eleições são incertos, com Rafael Correa, ex-presidente e figura influente, apontando para a perda de influência do correísmo desde sua saída do país. A população equatoriana, atemorizada pela insegurança e pela presença de máfias, enfrenta um dilema crucial nas urnas, com o desafio de eleger um líder capaz de enfrentar os obstáculos que se apresentam.

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