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Balança comercial brasileira projeta superávit recorde de US$ 86,472 bilhões em 2023

AEB anuncia projeções: Balança comercial brasileira indica superávit recorde de US$ 86,472 bilhões apesar da queda nas exportações e importações.

Foto: Paulo Whitaker


A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) divulgou hoje a revisão da balança comercial do país, revelando projeções de queda nas exportações e importações para o ano de 2023. Segundo os dados apresentados, espera-se uma redução de 3% nas exportações, totalizando US$ 323,937 bilhões, em comparação aos US$ 334,136 bilhões alcançados em 2022. Já as importações devem registrar uma queda de 12,9%, atingindo US$ 237,465 bilhões em relação aos US$ 272,610 bilhões do ano anterior.

José Augusto de Castro, presidente-executivo da AEB, destacou que a queda nas importações deverá superar a redução nas exportações, resultando em um superávit recorde de US$ 86,472 bilhões em 2023. Esse aumento de 40,5% em relação ao ano passado, no entanto, é considerado um superávit negativo, pois é impulsionado por fatores negativos e não gera atividade econômica ou empregos, como explicou Castro em entrevista à Agência Brasil.

A projeção da AEB também indica uma diminuição de 7,5% na corrente de comércio para 2023, que está projetada em US$ 561,402 bilhões, em comparação com os US$ 606,746 bilhões apurados no ano anterior.

A previsão anterior da AEB, divulgada em dezembro de 2022, indicava exportações de US$ 325,162 bilhões, importações de US$ 253,229 bilhões e um superávit de US$ 71,933 bilhões para o ano de 2023.

Castro atribuiu a queda estimada nas exportações em 2023 principalmente à questão dos preços no mercado internacional. Ele explicou que os preços vêm diminuindo gradualmente ao longo do ano, afetando as receitas das exportações brasileiras. Em relação às importações, o presidente-executivo da AEB mencionou que o crescimento acentuado observado em 2022 não foi justificado pelo aumento da demanda interna, e os preços agora estão se ajustando a essa nova realidade.

É importante destacar que as exportações brasileiras continuarão baseadas principalmente em commodities, com 14 dos 15 principais produtos de exportação classificados como commodities, com exceção dos veículos. Castro acredita que a implementação da reforma tributária poderá permitir que o país exporte mais produtos de valor agregado no futuro. No entanto, ele ressaltou que essa transformação não será imediata e, até que a reforma seja aprovada e implementada, o Brasil continuará exportando commodities.

A soja em grão deve manter sua posição de liderança nas exportações brasileiras, ultrapassando a marca de US$ 50 bilhões pela primeira vez, mesmo com uma queda de 12,7% nas cotações. A AEB projeta que as exportações de soja em grão atinjam um recorde de 98 milhões de toneladas em 2023, um aumento de 24% em relação a 2022.

Em relação às importações, a AEB destaca que cerca de 90% dos produtos adquiridos pelo Brasil são manufaturados, com exceção do carvão. Castro avalia que um crescimento industrial no país tende a aumentar as importações, enquanto uma queda na indústria resultará em uma redução dessas importações. Atualmente, observa-se uma perda gradual da participação da indústria no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o que indica uma diminuição nas importações, conforme explica o presidente da AEB.

Apesar das projeções de queda nas exportações e importações, a AEB estima que o comércio exterior brasileiro ainda contribuirá de forma positiva para o cálculo do PIB em 2023. O Brasil deve manter sua posição atual de 26º lugar no ranking mundial tanto em exportação quanto em importação.

A AEB ressalta que, embora os efeitos negativos da pandemia da COVID-19 tenham diminuído, ela ainda continua impactando a economia global e o comércio mundial, afetando o desenvolvimento econômico, os empregos e os investimentos.

As projeções apresentadas pela AEB destacam os desafios enfrentados pelo comércio exterior brasileiro em 2023. Diante desse cenário, é essencial que o país adote medidas estratégicas e políticas econômicas para impulsionar o setor e promover a diversificação das exportações, visando um crescimento sustentável e resiliente da economia.

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