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Violência contra indígenas no Brasil atinge marca alarmante de 795 assassinatos entre 2019 e 2022

Relatório do Cimi revela aumento preocupante de violência em 2022, com destaque para Roraima como estado mais afetado.

Indígenas Brasil
Foto: Ricardo Stuckert/PR

Nesta quarta-feira (26), o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) divulgou seu relatório anual intitulado "Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil", expondo números alarmantes referentes à violência sofrida por comunidades indígenas entre os anos de 2019 e 2022. De acordo com o documento, o número de indígenas assassinados no país nesse período chegou a 795, sendo que somente em 2022 foram registrados 180 casos.

Roraima se destacou como o estado mais afetado em 2022, concentrando 41 assassinatos, seguido por Mato Grosso do Sul, com 38, e o Amazonas, com 30 casos. Essa tendência já havia sido identificada em anos anteriores de análise, reforçando que a triste realidade do luto é compartilhada por diferentes povos indígenas em todo o território brasileiro. Apenas Goiás e Rondônia permaneceram sem registro de ocorrências desse tipo.

Outros tipos de violência contra os povos indígenas também aumentaram em 2022. A categoria que inclui ameaças, além dos assassinatos, apresentou um total de 416 casos, representando um aumento de 15,2% em relação ao ano anterior. Dentro dessa classificação, os registros de ameaças de diversos tipos praticamente dobraram, bem como os casos de racismo, discriminação e violências sexuais.

O relatório do Cimi apontou que muitas das execuções ocorrem após um acúmulo de acontecimentos, o que cria um clima de tensão crescente nas regiões. O monitoramento das disputas territoriais também faz parte do trabalho da organização, fornecendo detalhes cruciais sobre esses incidentes.

Além disso, o relatório também abordou a violência contra o patrimônio, que inclui conflitos relacionados a direitos territoriais, invasões de terra, exploração ilegal de recursos naturais e danos ao patrimônio. Em 2022, esse tipo de violência totalizou 467 casos, representando um aumento de 10,4% em comparação com o ano anterior, que registrou 423 casos.

Outro ponto relevante apresentado pelo Cimi foi a falta de atuação do poder público em relação aos indígenas durante o ano de 2022. Esse contexto se refletiu principalmente na mortalidade infantil, que atingiu um número alarmante de 835 casos.

Dentre os registros preocupantes, constam 72 casos de desassistência geral, 39 na área de educação, 87 na área da saúde e 40 mortes ocasionadas pela falta de atendimento médico adequado. O relatório também destaca cinco casos de disseminação de álcool e outras drogas entre as comunidades indígenas, além de 115 indígenas que cometeram suicídio no período analisado.

Diante dos dados alarmantes apresentados pelo relatório do Cimi, fica evidente a necessidade urgente de medidas efetivas para proteger os povos indígenas do Brasil, garantindo seus direitos e preservando suas vidas e culturas.

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