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'Brasil está de volta' na COP27 com encontro de Lula com enviados climáticos dos EUA e da China

O presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, gesticula durante reunião com membros da equipe de transição de governo em Brasília, 10 de novembro de 2022. Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino

SHARM EL-SHEIKH, Egito, 15 de novembro (Reuters) - Levando a mensagem de que "o Brasil está de volta" na luta contra o aquecimento global, Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com enviados climáticos da China e dos Estados Unidos nesta terça-feira no Egito para o Conversas na COP27, em sua primeira viagem ao exterior desde que foi eleito presidente do Brasil.

O esquerdista, que conquistou seu terceiro mandato no mês passado, planeja uma série de reuniões com representantes nacionais nas quais traçará planos para restaurar a credibilidade do Brasil como parceiro nos esforços globais para conter o aquecimento, disse um assessor. Na votação de 30 de outubro, Lula derrotou o presidente Jair Bolsonaro, que supervisionou a crescente destruição da floresta amazônica e se recusou a sediar a cúpula do clima de 2019 originalmente planejada para o Brasil.

Uma autoridade da UE disse que Lula também se reunirá na quarta-feira com o chefe de política climática da UE, Frans Timmermans.

Lula chegou à cidade turística de Sharm el-Sheikh na terça-feira, antes de sua aparição planejada nas negociações climáticas na quarta-feira, quando dois de seus assessores disseram à Reuters que ele vai entregar a mensagem "O Brasil está de volta".

Ele prometeu um plano abrangente para aumentar a aplicação da lei ambiental e criar empregos verdes. Sua equipe também trabalhou para garantir uma aliança de conservação da selva anunciada na segunda-feira entre as três maiores nações de floresta tropical - Brasil, República Democrática do Congo e Indonésia.

Lula disse no Twitter que se encontrou com o enviado do clima dos EUA, John Kerry, e com o principal negociador climático da China, Xie Zhenhua. Um porta-voz também disse que manteria um telefonema com o presidente egípcio Abdul Fatah Khalil Al-Sisi.

Ele recebeu mais de 10 convites para reuniões bilaterais com representantes de outras nações, disse sua assessora ambiental Izabella Teixeira, acrescentando que não foram nomeados por razões de segurança.

IMPACTO CLIMÁTICO E ESPERANÇA

Três diplomatas brasileiros, falando sob condição de anonimato por não estarem autorizados a falar com a mídia, disseram à Reuters que o país está em uma posição mais forte para negociar nas negociações deste ano na ONU por causa da eleição de Lula.

Eles disseram que outros países sabem que o Brasil em breve terá um governo Lula que prometeu levar a questão mais a sério do que Bolsonaro, um cético em relação às mudanças climáticas.

A própria posição de negociação permaneceu praticamente inalterada, independentemente de quem esteve no poder.

Por exemplo, espera-se que o Brasil sob Lula continue pressionando para que as nações ricas com altas emissões de gases de efeito estufa paguem às nações pobres por danos históricos ao clima, disseram os diplomatas.

A ministra do Meio Ambiente da Colômbia, Susana Muhamad, disse que a eleição de Lula permitirá uma cooperação regional renovada entre as nações da floresta amazônica para combater o desmatamento, um dos principais contribuintes para as mudanças climáticas.

"Há um novo contexto político na América Latina", disse Muhamad. "Temos que trabalhar em uma política comunal na Amazônia."

Ela disse que a Colômbia e seu presidente Gustavo Petro, também eleito este ano, apoiariam a proposta de Lula para uma cúpula de países amazônicos e países desenvolvidos interessados ​​em conservação e que o clima em relação ao Brasil mudou.

"Há esperança", disse Teixeira. "As pessoas estão muito felizes porque o Brasil vai voltar."

Na semana passada, fontes disseram à Reuters que Lula planeja na COP27 se oferecer para sediar uma futura cúpula climática da ONU e anunciar a criação de uma autoridade climática nacional para supervisionar o trabalho do governo para enfrentar o aquecimento global.

Lula também planeja trabalhar com governos estaduais no Brasil para combater o desmatamento.

Seu primeiro encontro na quarta-feira será com seis governadores de estados brasileiros da região amazônica, que também estão na COP27, mostra sua agenda pública.

Na quinta-feira, Lula se reunirá com grupos da sociedade civil brasileira e representantes indígenas, além do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse Teixeira. Ele parte na sexta-feira para Portugal.

Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente de Lula e conselheira de sua campanha, disse que sua vinda à COP mostra a grande importância que ele dá ao clima.

"A grande mensagem é a presença dele aqui", disse ela a repórteres na cúpula.

Reuters

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