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Morre em Brasília aos 80 anos o ex-vice-presidente do Brasil Marco Maciel

Nos dois governos FH, Maciel, em média, ficou à frente da Presidência um dia por semana, devido às viagens do então presidente.
Foto: Arquivo O GLOBO /1-1-1999 / Gustavo Miranda

Morreu neste sábado (12/06) Marco Maciel (DEM), Ex-vice-presidente da república por duas vezes, foi companheiro de Chapa de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), também exerceu os cargos de Senador Por Pernambuco deixando a casal alta em 2011, Ministro da Educação, Ministro da Casa Civil, ambos no governo de José Sarney, foi governador de Pernambuco de 1979 a 1982, Deputado Federal e presidente da Câmara dos Deputados, e Deputado Estadual de Pernambuco. Um dos políticos com mais longevidade em cargos públicos.

Foto: Minervino Junior/CB/D.A Press.

Maciel foi diagnosticado em 2014 com Alzheimer, doença que segundo familiares e amigos próximos se manifestou após a dura derrota em 2010 quando disputou a reeleição para o senado, e perdeu para Humberto Costa (PT) e Armando Monteiro (PTB), ambos candidatos do governador Eduardo Campos pela Frente Popular de Pernambuco.

Ele estava internado em um hospital de Brasília, em decorrência de complicações do Alzheimer.

Marco Maciel deixa a esposa Ana Maria, e três filhos. Ainda não foram divulgadas pela família, as informações sobre o velório e o sepultamento.

Aos 71 anos, Marco Maciel foi diagnosticado com mal de Alzheimer.
Foto: André Coelho/6-10-2010

Biografia

Filho de José do Rego Maciel e Carmen Sílvia Cavalcanti de Oliveira formou-se em direito pela Universidade Federal de Pernambuco atuando depois como advogado. Quando nos bancos universitários iniciou sua vida pública ao ser eleito presidente da União Metropolitana dos Estudantes de Pernambuco, em 1963, realizando uma gestão que o levaria a romper com a cúpula da União Nacional dos Estudantes. A eleição para a UME contou com o apoio financeiro do IPES - Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais, organização de direita criada no fim de 1961. Nos anos vindouros, Marco Maciel se filiaria a ARENA, partido que apoiava o regime de ditadura militar então instaurado, e passaria a atuar na política partidária na qual estreou em 1966 ao se eleger deputado estadual e a seguir deputado federal nos anos de 1970 e 1974.

Marco Maciel, José Sarney, Tancredo Neves e Ulysses Guimarães.
Foto: Reprodução

No decurso de seu segundo mandato foi eleito presidente da Câmara dos Deputados em março de 1977, para o biênio 1977—1979 e em sua gestão, o presidente Ernesto Geisel decretou o recesso do Congresso Nacional, através do Ato Complementar 102 em 1º de abril de 1977, com o intuito de aprovar a reforma judiciária que fora rejeitada pelo parlamento que seria reaberto em 14 de abril, após a outorga de duas emendas constitucionais e de seis decretos-leis regulamentando a reforma do judiciário e a reforma política, esta última caracterizada pela instituição dos chamados senadores biônicos. Apesar de contrário à supressão das prerrogativas do Congresso Nacional, Marco Maciel acatou a decisão presidencial mas não tomou parte nas cerimônias que marcaram a vigência das medidas baixadas pelo Poder Executivo. Não polemizou no entanto a respeito do assunto e, em sinal de reconhecimento por sua postura, foi indicado governador biônico de Pernambuco pelo próprio Geisel em 1978.

Ao longo de sua gestão montou uma equipe de técnicos e políticos que cerraram fileiras nas eleições de 1982, quando o PDS pernambucano obteve um apertado triunfo, contra os oposicionistas do PMDB, tendo à frente o senador Marcos de Barros Freire, então candidato a governador. Eleito senador naquele ano, Maciel teve seu nome lembrado como uma das alternativas civis à sucessão do presidente João Figueiredo, em face, sobretudo, de sua grande capacidade de articulação.

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