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O QUE TE INCOMODA?

 

George Rudy / Shutterstock


 



Sigmund Freud, o criador da psicanálise, traz os seguintes dizeres: “... Quando Pedro fala de Paulo, sei mais de Pedro do que de Paulo’. Há uma discussão sobre a autoria da frase. Porém mesmo que seja usada a falácia de apelo , não modifica o verdadeiro significado da frase, que é simples e intensa ao mesmo tempo.

A definição da mensagem faz sentido. A frase é concisa, já que cada um revela um pouco de si mesmo a partir do que identifica no outro. "Isso porque projetamos nos outros aquilo que está em nós mesmos".

Na visão da psicanálise, cada indivíduo tem uma forma única de ver o mundo, formada ao longo da vida em função de sua instrução e seus experimentos, que influenciam o modo de perceber os outros. “São essas imagens, ideias e conceitos que projetamos nas pessoas quando pensamos nelas ou falamos sobre elas", diz Hegenberg. Médico, psicanalista e professor do Instituto Sedes Sapientiae.

A maneira como avaliamos alguém ou o que falamos a respeito estão intimamente relacionados com o nosso jeito de ser. Muitas vezes aquilo que tanto incomoda no outro pode ter relação com uma particularidade que a pessoa também possui, mas não admite e nem sempre enxerga. Se aquilo não tivesse nada a ver com as minhas dificuldades, não incomodaria, eu nem perceberia. A crítica é atribuir ao outro um desconforto que existe somente dentro do próprio ser que critica. Ser provocador com as pessoas que o cercam representa a projeção de seus próprios conflitos afetivos – é uma espécie de precaução para evitar ser pego de surpresa por suas próprias atitudes.

Como o outro está me afetando de maneira bastante significativa, pode ser que ele esteja interferindo na ideia central que tenho de mim mesmo. Apesar de o outro servir com presença de espelho, refletindo quem somos e o que pensamos do mundo, nem tudo que observamos é a nossa própria imagem. Aspectos que repudiamos também surgem e causam revoltas. Sugiro que devemos estar cautelosos ao que articulamos e falamos dos outros. Compete sempre a ponderação do porquê aquela pessoa nos incomoda, em que ela nos atrai ou repele, o que admiramos nela ou invejamos?. Tenho obrigação com o que estou vendo, mas também com a limitação do que estou vendo. A sensação que tenho, ainda mais em tempos de redes sociais, com a propagação de falas de ódio, é que as pessoas falam mais mal do que bem dos outros. Apesar de elogiarmos algo ou alguém que gostamos, temos uma frequência tendenciosa em recordar mais das coisas ruins. “É uma demanda de sobrevivência, como medida protetiva, devemos nos lembrar do que é desagradável para não repetir”. Quão mais frágeis nos sentimos, mais necessitamos nos resguardar. Falar mal dos outros pode ser uma forma de contrabalançar os nossos próprios complexos.

A maturação consiste quando fazemos e identificarmos nossas responsabilidades de maneira global. Aceitar que dentro de nós existem aspirações que nem sempre são “belo” do ponto de vista social , mas que fazem parte e compõem o nosso ser e influenciam nossas escolhas. Uma vez que entendemos esses desejos podemos escolher com cautela se queremos realizar e assumir as responsabilidade pelos nossas ações no lugar de falar mal dos outros.

O que isso mais te incomoda no outro?

O que tudo isso te ensina?

Quando não admiramos alguém, bem como falamos mal desse alguém, ou nos sentimos incomodados com o jeito de ser, escrever, olhar, com os comentários e críticas, isso significa, que na maior parte das vezes, o problema está em nós mesmos. Talvez sejam defeitos que a gente tenha, talvez estejamos inseguros do que somos, talvez estejamos com inveja, ciúmes, etc.

Ou seja, se você se incomodou, quem precisa se trabalhar, é você!

Precisa de ajuda? Entre em contato.



Até a próxima.

Ana Gonçalo.

Contatos para consultas: (81) 993570145

pelo e-mail anacgcp@gmail.com

Siga no instagram : @psicanalista_anafreud

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