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Ano começa e corrida pelo Senado esquenta

Enquanto na Frente Popular a briga pela vaga do Senado está acirrada, no bloco de oposição o cenário é de indefinição. Da base do governador Paulo Câmara (PSB) há pelo menos cinco nomes ventilados. E o leque de opções do chefe do Executivo pode crescer, caso o senador Humberto Costa (PT) consiga levar a cúpula petista para o arco de alianças do PSB.

Já entre os oposicionistas, os mesmos nomes surgem como cabeça da chapa, ora na vice, ora na majoritária. Além de ainda haver tempo para as costuras, os partidos esperam a definição quanto ao PMDB que a depender do rumo que tomar, pode mudar completamente a conjuntura política. Nas eleições, cada coligação deverá lançar dois candidatos, que terão mandato de oito anos.

Se o núcleo duro do Palácio já quebra a cabeça para evitar que algumas siglas saiam da base, terá o desafio ainda de fechar as duas candidaturas sem melindrar os aliados. O deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB) era dado como certo em uma das vagas.

No entanto, com o risco de perder o comando estadual do PMDB para o senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB), que pode levar a legenda para a oposição, a indicação ficou incerta. Sem poder mais assegurar o maior tempo de propaganda eleitoral ao governador, o poder de barganha de Jarbas enfraquece. Embora alguns partidos já tenham aberto as portas ao parlamentar, garantindo a cadeira, dentro da Frente não há mais consenso.

Por causa da brecha de Jarbas, os olhos do deputado estadual, André Ferreira (PSC), e dos federais, Eduardo da Fonte (PP), e Luciana Santos (PCdoB) crescem. O primeiro tem ao seu lado o segmento evangélico e o apoio de parte da Região Metropolitana do Recife. Seu irmão, Anderson Ferreira (PR) é prefeito de Jaboatão dos Guararapes, segundo maior colégio eleitoral do Estado.

André foi o vereador mais votado do Recife por dois mandatos. Mas socialistas, em reserva, dão o recado de que o deputado Cleiton Collins, que fincou o pé na base de Paulo, foi o mais votado da Assembleia. Insatisfeito com o tratamento que vem recebendo na Frente, o social-cristão flerta com Bezerra Coelho. Por sua vez, a oposição apoiou Anderson em 2016.

Já Eduardo da Fonte conseguiu ampliar o espaço do PP no Palácio e passou a mirar o Senado. O comentário na Alepe é de que ele já teria o aval do governador. Procurado, ele afirmou que a candidatura tem que ser construída com a unidade da base. "Isso vai ser discutido em 2018 com aquele que reunir todas as condições para ser o candidato. E acho que o PP tem todas as credenciais para disputar", ressaltou. Caso seja confirmado, aumentam as possibilidades de André Ferreira concorrer pela oposição.

Luciana Santos afirmou que, independentemente de uma eventual ausência de Jarbas, ela se coloca para o Senado por ser uma orientação partidária. Outro que almeja a vaga é o ex-prefeito Zé Queiroz (PDT). Já Humberto Costa calcula que pela base do governador tem mais chances de se reeleger. O presidente estatual do PSB, Sileno Guedes, disse que a discussão é muito prematura. "Nem sabemos ainda quais os partidos que estão na base. Qualquer fala é pura especulação". Mas, de acordo com ele, todas as legendas têm quadros com perfil e tamanho para disputar qualquer vaga. Ele ainda negou que Jarbas esteja enfraquecido porque o nome dele é maior que qualquer sigla.

Oposição
Na oposição, o cenário é mais nebuloso. Isso porque a chapa para o Governo do Estado ainda está desarrumada e, sem um nome de peso, a candidatura ao Senado fica fraca. De acordo com um integrante do bloco, a falta de unidade no grupo prejudica a escolha. "Eles estão num dilema se entram com duas candidaturas e levam para o segundo turno, mas com chapas fracas ou se lançam uma mais forte. O problema é que nem o senador Armando Monteiro quer abrir nem Bezerra Coelho. E quando não se tem um nome forte, como Jarbas, o candidato a senador só tem chance se a cabeça for forte e puxar os votos", avaliou.

Embora já tenha cogitado disputar o Governo do Estado, o desejo do deputado federal Bruno Araújo (PSDB) seria o Senado. O ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), poderia concorrer, mas, na opinião de um aliado, sem a chapa governista arrumada, ele não deve arriscar perder o mandato. Já o senador Armando sinalizou que quer um nome de Caruaru na chapa.

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