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Renan: 'Nunca soube que Geddel era líder, achei que fosse outro'

O ex-presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) usou as redes sociais nesta sexta-feira (20) para ironizar o ofício da Procuradoria Geral da República que aponta Geddel Vieira Lima como líder de organização criminosa.


Sem citar nomes do governo do presidente Michel Temer, a quem faz oposição, Renan tuitou: "Engraçado... Nunca soube que Geddel era o Chefe. Para mim, o chefe dele era outro".


Em seguida, Renan postou: "...era ouTro."Mensagem publicada pelo senador Renan Calheiros no Twitter


No ofício, assinado pela procuradora-geral, Raquel Dodge, ela aponta Geddel como líder de uma organização criminosa. Diferentemente da denúncia apresentada contra Michel Temer pelo antecessor na PGR, o ex-procurador Rodrigo Janot.


Na denúncia, que a Câmara votará semana que vem, Janot afirma que Geddel e outros peemedebistas "orbitavam em torno da liderança e coordenação de Michel Temer".


Delação


Desde que foi preso, Geddel tem sinalizado que pode aderir a uma colaboração premiada.


Para procuradores ouvidos pelo Blog, mesmo apontado como líder de organização criminosa pela procuradora-geral, ele poderia aderir à delação.


"A lei não proíbe que o eventual líder realize a delação. Pois na delação, além de confessar os crimes e assumir a culpa, o delator também entrega valores desviados, e poderá também entregar outros comparsas", afirmou a procuradora da República Thamea Danelon.


O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, que integra a força-tarefa da Lava Jato, disse o seguinte: "A lei expressamente só restringe a concessão de imunidade ao líder da organização criminosa. E, dessa forma, se houve colideres, bem como houver conhecimento de outras organizações criminosas, não haverá óbice para um acordo. Desde que não se ofereça imunidade".


Ainda para o procurador, há organizações criminosas menores que podem prestar serviço para outras. "Nesses casos, temos que ver o quadro completo do crime para saber se há pessoas mais importantes na outra organização".


O procurador da República Helio Telho vai na mesma linha: "Uma organização pode ter vários membros com posições de liderança. A lei não impede que alguém em posição de liderança seja colaborador. Ela só não permite é que 'o lider', isto é, o chefe maior dela, se beneficie com a imunidade penal [não seja denunciado]".

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