Segundo pesquisa, eleitores estão mais intolerantes e querem menos ficção nas campanhas e nas ações dos políticos
JC online
Em um ano marcado por uma votação de um impeachment
presidencial, investigações de corrupção e políticos presos, o
recado dos eleitores aos candidatos que vão disputar um cargo
público é claro e objetivo: mais propostas e menos Ficção. A
menos de dois meses da eleição, a pesquisa IPMN ouviu
eleitores das cinco maiores cidades do Grande Recife e
materializou algumas das demandas.
A imagem refletida na sondagem é que os eleitores parecem
mais críticos e defenderão candidatos mais transparentes, com
propostas mais palpáveis e menos ideias mirabolantes nas
campanhas. Ao todo, foram ouvidas 816 pessoas das cidades do
Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Paulista e Cabo de
Santo Agostinho.
“Eles [OS ELEITORES]não mais se interessam por aquele
marketing político da espetacularização. O que querem, na
verdade, é que os candidatos sejam objetivos e, acima de tudo,
verdadeiros e lidem com os problemas deles no dia a dia”,
explicou professor Adriano Oliveira, coordenador da pesquisa.
Para 27% dos entrevistados, as propostas são o fator principal
na hora do voto. Em segundo lugar aparece o quesito
“honestidade”, com 9,9%. No entanto, um grande número das
pessoas ouvidas (27,6%) disse não saber o que lhe motivava a
votar num candidato a prefeito ou preferiram não responder a
pergunta.
A credibilidade dos políticos também está atingida, segundo os
números da pesquisa. Dos ouvidos, 81,4% não acreditam nas
promessas de campanha dos candidatos a prefeito. A corrupção
surge disparada como fator número um para a descrença, com
62%.
Os números também revelam certa apatia do eleitorado, uma
vez que 44,5% dos entrevistados afirmaram que estão “pouco
interessados com a eleição para prefeito”. Mas a obrigação do
voto ainda pesa e 71, 2% dos entrevistados revelaram que
apesar da falta de interesse vão às urnas.
Em meio à uma campanha por eleições limpas, bancada por
entidades como OAB, TRE e Ministério Público Federal, a prática
criminosa de venda de votos parece estar presente na
mentalidade do eleitorado. Segundo a pesquisa do IPMN, 95,1%
dos entrevistados afirmaram que nas eleições há pessoas que
“vendem o voto”. No entanto, somente 12, 6% aᡈrmam que já
venderam.
PESQUISA
A pesquisa foi realizada entre os dias 25 e 26 de julho e o
objetivo foi traçar a cultura política dos eleitores, com a
proximidade do pleito. O nível estimado de confiança é de 95%,
com margem de erro de 3,5 pontos percentuais.
Do total de entrevistados, 55,1% eram mulheres e 44,9%
homens, sendo 25,4% com idades entre 45 e 59 anos; 23,2% de
25 a 34 anos; e 21% de 35 a 44 anos. A renda individual de 43,2%
é de até um salário mínimo e, de 42,5%, entre um e dois e meio.
Cinquenta e seis por cento têm ensino médio completo ou
superior incompleto. A maioria é casada (47,9%) e de católicos
(56,4%)
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