Folha SP
Com cartazes com cenas de sexo explícito e imagens
sagradas, parlamentares da bancada evangélica
interromperam a votação de um dos pontos da
reforma política, a análise sobre o fim do voto
obrigatório, no plenário da Câmara em uma
manifestação contra a profanação da fé durante a
Parada Gay, que aconteceu em São Paulo no último
domingo.
Sob a presidência de Eduardo Cunha (PMDBRJ), que também é evangélico,
dezenas de parlamentares adentraram o plenário aos gritos de "respeito" e "família". Eles contornaram os assentos dos parlamentares e subiram para a
mesa e tribunas do plenário. De mãos dadas, rezaram o PaiNosso e
encerraram a manifestação bradando "viva Jesus Cristo".
Autor de um projeto de lei, protocolado nesta semana, que torna crime
hediondo a profanação de símbolos religiosos e a discriminação de religiões,
chamada de "cristofobia", o deputado Rogério Rosso (PDTDF) fez um
discurso em seguida. Ele afirmou que os manifestantes próLGBT estão
"fazendo o que ninguém imaginava, que é unir todas as religiões". Outros
deputados da bancada também discursaram contra a Parada Gay.
Ao final do ato, o deputado Roberto Freire (PPSSP) reclamou do ato, que em
nenhum momento foi repreendido pelo presidente da Casa. "Eu respeitei a
manifestação mas não pode ter nenhuma reza neste plenário. Tem que se
respeitar o plenário", afirmou. Ele foi vaiado por alguns deputados da
bancada evangélica. "Vamos respeitar a República laica brasileira",
completou.
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