Sangue, lama, muita sujeira e nenhuma condição de trabalho. Tudo isso pode ser visto no matadouro público do distrito de Frexeiros, em Escada, na Mata Sul do Estado. Uma denúncia foi entregue na última quarta feira ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) mostrando a situação caótica da instalação, onde toda semana são abatidos de 40 a 50 bois sem o mínimo de higiene.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Escada, Pedro Jorge Ramos, fez um vídeo mostrando as irregularidades do local e publicou na internet. “Fomos lá no sábado da semana passada (dia30), quando a nojeira toda fica espalhada pelo local. Isso é um absurdo, um descaso com a saúde pública. São cerca de 30 pessoas que trabalham sem nenhum tipo de material de proteção”, alertou.
A contaminação causada pelos restos de animais se espalha além da construção. Um córrego que passa por trás do local carrega o sangue dos bois e funciona como criatório de insetos. Segundo Ramos, a carne produzida no matadouro de Frexeiros é comercializada livremente na feira e em estabelecimentos comerciais de Escada.
O promotor de Escada, Ivo Pereira de Lima, recebeu a denúncia, assistiu ao vídeo e solicitou uma vistoria no matadouro a fim de comprovar as irregularidades. A análise deverá ser feita por uma equipe da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária (Adagro) de Palmares, que vai elaborar um laudo técnico. Esse documento deve apontar que melhorias precisam ser implementadas no matadouro. Caso as recomendações não sejam seguidas, o MPPE pode decretar o fechamento da instalação. A reportagem procurou a Prefeitura de Escada, mas não obteve resposta às ligações.
Fonte: Folha de Pernambuco
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